Felicidade do outro: a difícil arte de alegrar-se com a felicidade alheia.
Se alguém está triste, abatido, magoado ou desanimado logo aparecem muitas pessoas com uma palavra de consolo e alento.
Certamente, sempre há algo a dizer, seja um conselho, uma história, um exemplo ou ensinamento para alguém que se sente infeliz.
As Tragédias Alheias nos Comovem
Nas redes sociais, quando alguém muda a foto de seu perfil para uma imagem ou uma palavra que designe luto ou doença, aparecem centenas de comentários reconfortantes.
Tendemos naturalmente, a apoiar e a nos sensibilizar com o que indefeso, fraco e sofrível. E é óbvio que devemos nos apiedar com os problemas alheios. Fazemos isso com os outros e queremos ser correspondidos em nossas dores.
Entretanto, o mesmo não ocorre em relação à felicidade do outro. A desproporção é gigantesca.
Logo:
As pessoas reagem mais ao luto do que à alegria.
É evidente que nos momentos mais difíceis da nossa vida precisamos de apoio e carinho de pessoas queridas. Da mesma forma, podemos e devemos confortar aqueles que sofrem. Mas também podemos nos alegrar com a conquista alheia.
Mas por quê não fazemos isso?
A Felicidade e a Dor
Os problemas e a infelicidade estão associados aos sentimentos de fraqueza, sofrimento, desamparo e/ou inocência.
Já a solução e a felicidade, ao contrário, estão relacionadas à superação, à grandeza, à realização e ao vigor.
Naturalmente, acreditamos que os fortes não precisam de apoio, contribuição, proteção e/ou reconhecimento. Logo imaginamos que eles já têm tudo e não precisam de mais nada, principalmente de nosso apoio.
Observe como tendemos a ser os grandes protetores das pessoas que consideramos mais fracas. Mesmo que de fato, elas não sejam. Mas somente de pensar que elas estão sofrendo, ficamos consternados.
Ao longo da vida, inconscientemente, entendemos que vivenciar a felicidade pode gerar afastamento e a falta de afeto das pessoas. Isso explica, em parte, que muitas pessoas ao conquistarem seus feitos não gostam de expô-los pois isso causa inveja e distanciamento.
O problema é que para sermos felizes de fato, é importante comemorar nossas conquistas. Mas isso é assunto para outra hora.
Pessoas Fortes Precisam de Apoio e Reconhecimento
Mas acreditar que os fortes não precisam de apoio é um paradigma.
Todos nós, principalmente os grandes homens e mulheres vigorosos e felizes precisam de apoio, valorização e reconhecimento. Eles são humanos e seres sociais e necessitam disso, assim como qualquer outra pessoa.
Portanto, curtir, apoiar ou interagir quando outras pessoas estão felizes ou tem suas conquistas é um ato nobre e altruísta, da mesma forma que apoiar os que sofrem.