Adultos que nunca crescem: Você conhece algum?
Dr. George Vaillant, psiquiatra americano e professor de Harvard, conduz importantes investigações psicológicas de homens pela vida toda, uma delas é o que intitula em suas pesquisas de defesas maduras.
Assim, o professor tem autoridade para afirmar que algumas pessoas não crescem e não demonstram esses traços.
Para entender o que isso significa, é preciso compreender o que elas querem de fato, da vida.
A Psicologia Positiva é uma boa fonte de explicação.
Sem Esforço
Primeiramente, os adultos que não querem crescer, ou amadurecer, não gostam de esforço e de nenhum tipo de preocupação.
Para eles, “quanto menos fizer, melhor é”. Ficam fixados na vida fácil dos prazeres imediatos como beber, comer, dormir demais, conversas fúteis, assistir streaming, ler banalidades, deleitar-se nas redes sociais por horas e horas…
E qual sentido tem as nossas vidas se elas fossem feitas de prazeres fáceis e imediatos, nunca exigindo nada de nós?
Segundo Martin Seligman, precursor da Psicologia Positiva, uma vida fácil pode levar à depressão. Segundo ele, um dos sinais da depressão é olhar para o próprio umbigo.
Logo, o deprimido pensa demais em si mesmo, quando detecta o menor sinal de tristeza fica ruminando o sentimento.
Adultos que não querem crescer não conseguem deixar a proteção exacerbada da família. Comportam-se como crianças. São procrastinadores natos.
É o caso do filho adulto que não come comida “esquentada” ou daquele que não gosta de viajar sem a companhia dos pais – em ambos os casos, por puro comodismo.
Lembre-se que adultos maduros fazem o que precisa ser feito, ao passo que os adultos que não querem crescer agem como crianças mimadas que choram, fazem birras e dão desculpas.
Adultos que não querem crescer não possuem o que o Dr. Vaillant chama de defesas maduras, como o altruísmo, o humor, a capacidade de adiar gratificações e a preocupação com o futuro.
Eles não têm o que a Psicologia Positiva chama de vida de autenticidade. As pessoas que as possuem são mais bem-sucedidas do que os outros.
Prazeres Imediatos ou Gratificação Duradoura?
Existem maneiras rápidas de sentir alegria, conforto, deleite e encantamento em vez de conquistar tudo isso pelas forças de caráter.
Mas as pessoas que trilham esse caminho, definham espiritualmente.
Para Seligman, emoções positivas desatreladas da força de caráter levam ao vazio, à inverdade, à depressão e, a medida que envelhecemos, à corrosão de toda realização que buscamos até o último dia de vida.
Quanto de esforço exige assistir uma partida de futebol ou tomar um sorvete? Os prazeres não dão trabalho, mas também não levam à felicidade duradoura e ao bem-estar.
Os prazeres são uma poderosa ignição da motivação, mas vão embora rapidamente, da mesma maneira que apareceram. Eles tornam-se um vício e não produzem crescimento ou mudanças.
Já a gratificação nem sempre é prazerosa e pode até ser estressante.
Treinar, trabalhar duro para conquistar algo na vida pode ser bem difícil. Tomar uma caipirinha em frente ao mar pode ser fácil e gostoso, mas não se compara à gratificação de um atleta que correu 5 km em uma corrida.
Há Alguma Saída para os Adultos que não Cresceram?
Eu acredito que o ser humano tem um potencial incrível dentro de si.
Por isso, toda habilidade pode ser aprendida ou desenvolvida, desde que exista vontade e esforço para isso.
O primeiro passo é a conscientização, saber que existem outras áreas da vida que podem elevar nosso nível de bem-estar.
Evidentemente, o caminho é buscar o equilíbrio. A vida prazerosa é importante, mas quando nos fixamos nela, é que se desenvolve a patologia, é onde os “adultos que não querem crescer” estão estacionados.
As gratificações autênticas, muito embora sejam mais difíceis de conquistar, é o que levam o ser humano ao caminho do bem-estar e da felicidade.
O segundo passo, obviamente, é a mudança. Mudança de dentro para fora. Como eu sempre digo em meus treinamentos:
Eu não mudo ninguém, a mudança pertence a quem decide mudar.