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TEORIA DOS SETÊNIOS E AS FASES DA VIDA

Teoria dos setênios, uma contribuição fascinante para a vida e carreira.

Trabalho e vida andam juntos, afinal, ele está vinculado à todas as áreas da vida e não somente ao papel enquanto trabalhador.

Nesse sentido, surgiram novas teorias que integram as questões profissionais com a biografia pessoal pois a vida é uma só, vivemos em um único plano de existência. Uma delas é a Teoria dos Setênios que faz parte da antroposofia, ciência espiritual moderna desenvolvida pelo filósofo e cientista austríaco Rudolf Steiner (1861-1925).

Nela, o filósofo propõe uma forma livre, natural e responsável de pensar, de perceber a realidade e de atuar, observando e respeitando o ser humano e o meio em que está inserido.

De fato, os chineses e gregos foram os primeiros a observar as mudanças biológicas e espirituais que ocorriam a cada sete anos, originando aí o termo “setênio”, de acordo com o curso da natureza.

Cada fase ao ser encerrada, origina outra em uma idade posterior com um novo impulso, em uma espiral ascendente de crescimento e aprendizado. 

Para Steiner, a vida é dividida em três fases de amadurecimento: biológico (até 21 anos), psicológico (21 a 42 anos) e espiritual (acima de 42 anos) e cada uma contém três setênios, totalizando nove. 

Os Setênios

Na sequência, uma breve explicação do que seria o desenvolvimento humano por meio dos nove setênios:

  1. Na Fase Infantil (0 a 7 anos) a criança forma o seu senso moral e aprende por imitação, seu desenvolvimento depende dos exemplos que a cercam. Curiosamente, na Pedagogia Waldorf, nesse período trabalha-se o aspecto vital da criança, indicado para brincadeiras e tomar sol.  Considera-se, nessa fase, que o ideal não é usar do raciocínio, mas, sim, se adequar à vida.
  2. Esta fase é seguida da Fase Juvenil (7 a 14 anos), em que o indivíduo aprende pelo exemplo, fase em que é formado o senso estético e percepção da diferença entre os gêneros. Fase indicada para trabalhar o aspecto emocional da criança por meio dos cinco sentidos (visão, olfato, paladar, tato, audição), que são ativados e fortalecidos. 
  3. Na Fase Adolescente (14 a 21 anos) a pessoa começa a ter ideais, forma o seu senso crítico (admira ou rejeita) e passa por algumas crises de identidade (quem sou eu, qual meu papel no mundo, o que quero ser na vida). É nessa fase que se inicia a preocupação com a carreira, a necessidade de se pensar nas escolhas (qual curso fazer, ser empregado ou ter meu próprio negócio).
  4. A próxima Fase é a Emotiva (21 a 28 anos), caracterizada pela instabilidade emocional. É uma etapa de experimentação em que muitas pessoas buscam por orientação profissional, tentam várias coisas e gostam de feedbacks constantes.
  5. Em seguida, encontra-se a Fase Racional (28 a 35 anos), marcada pela moderação, onde a pessoa pensa antes de agir. Ela se depara com questionamentos sobre o que é justo, correto e digno, se é mais importante “ter ou ser”. É a fase onde muitos conquistam seu lugar no mundo do trabalho.
  6. Depois, tem-se a Fase Consciente (35 a 42 anos), na qual a pessoa questiona seus próprios papeis na vida. O trabalho tende a ser intenso, mais produtivo e a carreira assume o foco no eu (o que eu faço é coerente com os meus valores, no que eu acredito).
  7. A Fase Imaginativa (42 a 49 anos) é quando tentamos viver de acordo com nossas próprias convicções. Neste período, tem-se mais clareza do que se gosta e do que é apenas obrigação na carreira.
  8. Na Fase Inspirativa (49 a 56 anos) aprendemos a escutar as perguntas que nos são colocadas. Ficamos mais abertos a atender as demandas alheias. A criatividade é ampliada no trabalho.
  9. Por fim, tem-se a Fase Intuitiva (57 a 63 anos), onde fazer o bem é o mais importante, boa parte das grandes obras da humanidade foram criadas por pessoas acima de 60 anos. Aqueles que estão nessa fase administram o potencial espiritual da organização, por meio da sua missão, valores e respondem às necessidades futuras reais, enxergando as mega-tendências.

A partir dessa fase, temos a serenidade, “o nós no lugar do eu”.

A biografia pessoal e a carreira  são aspectos únicos e interligados da nossa existência, no cumprimento de nossa missão de vida.

Finalmente, a Teoria dos Setênios nos permite refletir sobre nossa fase de desenvolvimento atual e pensar que temos sempre algo melhor e maior à nossa frente. 

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