Os modelos e estágios de carreira tradicionais são alicerçados em idade, os quais sugerem em qual deles você estaria de acordo com a sua faixa etária.
Entretanto, os modernos conceitos de carreira quebram esse paradigma da idade.
Mas não é só isso, nesses novos modelos, tendo como referência a Carreira Proteana, a responsabilidade da carreira passa a ser do profissional e não somente da empresa, entrando em cena o protagonismo da carreira ou autogestão de carreira. Além disso, a autorrealização está relacionada ao sucesso psicológico (intrínseco) e não somente com status, renda, fama ou poder (extrínseco).
Nesse sentido, a idade cronológica está desatrelada da idade profissional e produtiva.
É claro que o bom senso deve prevalecer, exceto na ficção, dificilmente uma empresa real contratará uma pessoa de 70 anos para a vaga de estagiário. Também é bem possível que uma pessoa com idade mais avançada não seja contratada para um cargo que exija grandes esforços físicos.
Assim, é bastante válido entender os estágios de carreira que não fazem referência a idade.
Sete Estágios de Carreira
Por certo, um modelo bastante interessante de estágios de carreira foi desenvolvido pelo professor Yehura Baruch, reconhecido no mundo inteiro pelos seus estudos sobre carreira e gestão de recursos humanos.
Baruch propõe sete estágios sem atribuir faixas etárias a eles, o que permite maior flexibilização e planejamento de carreira.
É um modelo bastante interessante, o qual sintetizaremos na sequência, com algumas considerações e releituras:
- Fundamentação: experiências adquiridas na infância e adolescência refletem na escolha da carreira.
- Entrada: geralmente coincide com a opção de um curso superior na área escolhida. Pode se dar por meio dos estágios e treinamentos nas organizações.
- Avanço: escalada na hierarquia organizacional e no caso dos empreendedores e autônomos à expansão dos negócios. Para o desenvolvimento profissional é provável ocorrer várias mudanças de empregos.
- Reavaliação: essa fase inclui a reflexão sobre o papel do trabalho e da carreira e se suas necessidades de realização estão sendo supridas. As insatisfações com a carreira podem levar o profissional a pensar em mudar seu rumo, com uma nova entrada.
- Reforço ou reentrada: permanência do “status quo” ou retorno para o estágio 2, em que o indivíduo tenta se restabelecer profissionalmente.
- Desengajamento: o sujeito começa a pensar ou encerrar imediatamente sua vida profissional. Diminuição da energia física e mental.
- Aposentadoria: retirada definitiva do mercado de trabalho.
Ciclo de Carreira: Início e Término
Entrar tarde no mercado de trabalho pode ser um problema. Com certeza o ideal é que o jovem tenha experiências laborais positivas o quanto antes na vida.
O curso universitário é uma ótima oportunidade de ocupação por meio do estágio. Nele é possível experimentar e explorar uma variedade de papéis, atividades e situações, assim seu estabelecimento profissional se dará com maior segurança.
Mas isso não vale para todos já que alguns cursos superiores são integrais e de alguma forma, ocupam todo o tempo do estudante. O que não pode é utilizar isso como desculpa para postergar a entrada no mercado de trabalho.
Por outro lado a aposentaria não precisa ocorrer necessariamente aos 60-65 anos, podendo ser antes ou depois dessa idade. Novamente o bom senso se faz presente.
As idades podem ser utilizadas como referência, mas o próprio sujeito, ao planejar sua carreira, é quem deve saber o que é melhor para si e definir o prazo para finalizar sua vida laboral, levando em consideração suas perspectivas particulares.
Em algumas profissões é possível prolongar o ciclo de vida da carreira, em outras, o profissional pode não ter suporte físico e emocional para atuar durante muito tempo.
Para finalizar, é importante lembrar que a profissão escolhida e como você lida com a pressão do trabalho influenciam diretamente no ciclo de vida da carreira.