Chefe invejoso x colaborador competente…
As organizações bem-sucedidas valorizam seus talentos. Bem, ao menos deveria ser assim, mas na vida pode ocorrer o contrário, principalmente quando o chefe sofre de inveja descendente.
Isso ocorre quando o subordinado tem um desempenho acima da média e o chefe vê isso como um problema e não como solução ou diferencial.
Nesse caso, o chefe invejoso pode adotar uma abordarem direta, ora sendo rude, grosseiro e destratando o colaborador, ora fazendo críticas indiretas, desdenhando o conhecimento, realizações ou fazendo suposições sem sentido sobre ele.
O Phd. Lingtao Yu, professor da Escola de Negócios da Universidade Britânica de Columbia, em seu artigo publicado na Revista Harward Business Review no ano de 2018 pesquisou a inveja descendente no nível de supervisão.
Na pesquisa, ele constatou que não são somente desempenhos extraordinários que assustam o superior. Algumas competências dos subordinados como habilidades sociais, liderança, relação com gerentes seniores e ideias inovadoras também são consideradas fontes de inveja potencial.
Convenhamos, a inveja faz muito mal ao invejado, mas pior ainda para quem a sente. Afinal, não há nada pior que perder a própria autoestima em decorrência de outra pessoa que obtém melhores resultados, principalmente, se ela está em uma posição inferior.
Com efeito, a inveja é uma emoção social devastadora, envolta em um conjunto de emoções negativas como a raiva, a indignação, a soberba, o orgulho, além da tristeza.
O invejoso não só deseja o mal do outro, como se rende à sua própria infelicidade.
Portanto, a inveja é um sentimento que deve ser combatido, principalmente, por quem a sente.
Estratégia para Lidar com a Própria Inveja
Se você é um chefe e sente pouco ou muita inveja do seu colaborador, essa estratégia lhe auxiliará na compreensão desse sentimento indesejado.
Ao trazer à consciência fatores subjacentes que provocam esse sentimento, você poderá trabalhar melhor com ele.
Para tanto, recorreremos às perguntas poderosas do coaching para seu auto-aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal.
Responda às 7 perguntas a seguir, de preferência, anotando no papel. Se não for possível, responda em voz alta:
- O que me leva a acreditar que meu subordinado não é confiável? Existem evidencias reais?
- O que o leva a agir dessa forma?
- Qual o sentido de ele fazer o que faz?
- O comportamento dele traz consequências negativas reais para mim ou para a organização?
- Como minhas crenças pessoais impactam na minha avaliação sobre ele?
- O que posso fazer a respeito?
- Se isso não funcionar, o que mais posso fazer?
Finalmente, é bom lembrar que o fato de o colaborador ter mais habilidades, não diminui a chefia quando ele sabe usá-las em prol dos resultados.
Muito pelo contrário, Richard Grant, vice-presidente da Chevrolet eternizou uma frase muito inteligente sobre o tema, dizendo:
Quando você contrata pessoas mais inteligentes que você, prova que é mais inteligente que elas.
Entretanto, se você é o invejado, não pense que nada pode fazer nessa situação.
É possível ajustar suas atitudes para diminuir esse sentimento ruim do seu superior, o que, obviamente, será benéfico para todas as partes.
Artigo escrito em colaboração com a Profa. Dra. Yeda Oswaldo.