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ESTÁGIOS DO COMPORTAMENTO HUMANO DIANTE DA PERDA

Identifique os estágios do comportamento humano diante da perda e da terminalidade e conheça as atitudes recorrentes em cada um deles.

– Como aceitar as dores e perdas que a vida nos impõe?

– Como aceitar as mudanças e problemas que recaem sobre nós?

Para responder à essas perguntas, Elisabeth Kubler-Ross, psiquiatra suíça, identificou relatos de perdas, mortes e riscos, tornando-se uma referência e autoridade no assunto ao acompanhar pacientes terminais diante da morte.

Ela identificou um método universal, classificando o comportamento humano em cinco estágios diante de um fim. Esse fim não é aplicado somente em relação à vida e morte. Pode ser o fim de um emprego, de um relacionamento, de um bem…

Da mesma forma, não significa um padrão e sim, uma referência em que os seres humanos tendem a passar diante das inúmeras perdas ocorridas durante a vida.

O Prof. Shirzad Chamine, em sua abordagem da Inteligência Positiva,  esclarece que é comum ficarmos sabotados, com pensamentos limitantes até chegarmos ao estágio final, como veremos mais adiante.

Os estágios propostos por Kubler-Ross são a negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.  Em seu livro “Sobre a Morte e o Morrer”, eles são descritos de maneira simples e didática, facilitando a compreensão de cada um deles.

Publicada há 50 anos, a obra descreve conversas entre médico e paciente que hoje são de grande valia diante da adversidade. Mas principalmente, em relação a todos os tipos de perdas, desde vidas humanas, até materiais e profissionais.

Portanto, meu objetivo é trazer esse conceito para o cenário atual, para você possa identificar e compreender as fases do seu próprio comportamento e também o dos outros.

Assim, terá consciência dessa universalidade, ou seja, todos passamos por isso, além de compreender que todo sofrimento tem um fim. De certa forma, podemos dizer que esses estágios fazem parte de um processo saudável, desde que não fiquemos fixados em nenhum deles.

Estágios do Comportamento

1ª Fase: NEGAÇÃO

Inicialmente, ocorre o choque e a negação da situação, que é uma forma temporária de proteção à dor. É uma espécie de defesa, uma forma normal e saudável de lidar com as más notícias repentinas e inesperadas. Nesse estágio a pessoa consegue retornar à sua rotina normal.

Alguns pensamentos ou frases comuns nessa fase:

– Isso não pode estar acontecendo.

–  Não acredito, não é possível.

2ª Fase: RAIVA

O segundo estágio é a raiva e o rancor, quando já não é possível negar os fatos ou acontecimentos decorrentes. Por conseguinte, existe inconformismo e revolta contra as pessoas e o mundo. Essa fase é muito difícil para as outras pessoas que convivem com o indivíduo afetado pela perda, já que ele tende a ficar hostil, rancoroso e a descontar sua raiva de diversas formas, usando geralmente as estratégias LFP.

Alguns pensamentos ou frases comuns nessa fase:

Por que está acontecendo isso comigo? Não é justo…

– Por que não está acontecendo com ele/ela?

3º Fase: BARGANHA

Também conhecida como negociação, nessa etapa a pessoa começa a pensar que mudando suas atitudes, talvez ocorra uma espécie de milagre. Possivelmente, nessa fase faz promessas e um pacto com Deus. Mas geralmente nunca são mantidas.

Pensamentos recorrentes:

– Assim que sair dessa, vou me cuidar mais.

– Por favor, me deixe viver pelo menos até meus filhos crescerem…

– Deus, me ajude, prometo ser um ser humano melhor.

– Seu eu fizer isso (…), talvez ganhe aquilo (…).

4º Fase: DEPRESSÃO

Nessa fase de melancolia aparecem os sentimentos de tristeza, solidão, vazio, bem como as recordações do passado e avaliação das perdas. Diante disso, parece que a pessoa está em um beco sem saída. Bem como, sente-se cansada, impotente e desamparada. É uma depressão mais silenciosa, em que a pessoa acredita que vai perder tudo que ama na vida. O pensamento binário toma conta (tudo ou nada; oito ou oitenta).

Estou muito triste, não tenho ânimo para nada.

– Está tudo acabado.

– Perdi tudo. 

– Nunca mais nada será como antes.

5ª Fase (Final): ACEITAÇÃO

Essa última fase refere-se a aceitar os acontecimentos, as perdas e os fatos sobre os quais não tem controle, sem desespero.

A aceitação traz paz interior, calma e equilíbrio.

Assim, a esperança e a superação são sentimentos vivenciados nessa fase. A dor emocional diminui ou desaparece com a aceitação.

– As coisas voltarão ao normal (ou entrarão em um novo ciclo).

– Isso vai passar.

É importante saber que nem todos experimentamos todas as fases, da mesma forma, elas podem se sobrepor e até mesmo, ocorrer juntas.

O tempo também é diferente de pessoa para pessoa. Dependendo do nível do apego ao que foi perdido, as passagens demoram mais a acontecer. É importante ter em mente que, de acordo com a psicologia, é fundamental não se prender a nenhuma delas, afinal,

Quando nos fixamos em algo, instala-se a patologia.

Por isso é importante se permitir vivenciá-las, sabendo que as adversidades, a dor e o sofrimento fazem parte da vida. Nesse sentido, costumo dizer em meus treinamentos:

Se estamos no rio da vida, é provável que bateremos em algumas pedras.

Finalmente, compreenda que os comportamentos negativos não durarão para sempre. E principalmente, no decorrer da sua vida você também pode experimentar sentimentos positivos como a aceitação e a esperança, mesmo em caso de perdas dolorosas.

Profa. Dra. Yeda Oswaldo

Doutora em Psicologia, Mestra em Educação, Psicóloga Positiva. Docente de Pós-Graduação. Cofundadora do Instituto ISI INFINITY. É pesquisadora, palestrante, escritora de assuntos relacionados à psicologia, liderança, gestão de pessoas e negócios. Master Coach e Mentora especialista em atendimentos a executivos, magistrados, médicos e pessoas de negócios. Credenciada e homologada pela Mercedes-Benz Brasil e Daimler AG (Alemanha) para atender gerentes, gerentes seniores e vice-presidentes.

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2 comentários em “ESTÁGIOS DO COMPORTAMENTO HUMANO DIANTE DA PERDA”

  1. Achei o artigo fantástico, esclarecedor, de fácil entendimento. Consegui identificar algumas fases do qual já passei e estou passando, e me ajudou a como lidar com as situações.

  2. Profa. Ma. Elaine Dias

    Realmente é uma teoria muito interessante, quando conseguimos identificar a fase em que nos encontramos é muito bom saber que sairemos dela.

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