Adriana estava lendo um livro interessante sobre sentimentos corrosivos, que fazem mal a quem sente. Empolgada com a leitura, resolveu ler um trecho sobre inveja para um colega de trabalho. De fato, o texto era divertido e inteligente, havia uma série de perguntas nas quais a pessoa poderia identificar o seu nível de inveja. Durante a leitura, o colega de trabalho sequer esboçou um sorriso e no final perguntou: “Você quer dizer o que com isso? Que sou invejoso?”
Grosseria ou Guardar Tudo para Si?
Todos nós conhecemos pessoas que se ofendem com facilidade, tendem a ver as situações como negativas, que acreditam que tudo que se passa no ambiente tem relação com elas, são afetadas pelo contexto, tendo a ver com elas ou não. Ficam ofendidas com facilidade e acreditam que toda fala tem segundas intenções, indiretas, ofensas ou críticas pessoais. Existe uma voz em sua mente que diz “é sobre mim”, “querem acabar comigo”.
Pessoas assim não possuem senso de humor, deixam o ambiente de trabalho carregado, os relacionamentos interpessoais ficam comprometidos. De certa forma ficam isoladas em seu mundo, se tornam amargas e depressivas e a tendência é que os outros se afastem delas para evitar maiores confrontos. Desse modo, isolam-se socialmente e reforçam o afastamento porque as outras pessoas temem suas reações grosseiras. Por outro lado, existem pessoas que levam tudo para o lado pessoal, mas nada dizem, interiorizam um sentimento de rancor infinito até que ele se manifeste explosivamente.
Importância Pessoal: a Prisão do Ego
É verdade que ao contrário de Adriana, que não teve nenhuma intenção de ofender o colega, muitas pessoas usam “mensageiros” ou indiretas para que o recado chegue ao destino. Mas é comprovado que na maioria das vezes, a situação não tem mesmo relação com a pessoa que se sente ofendida. Nem tudo que uma pessoa diz é para atacar alguém, ela pode estar simplesmente dizendo o que pensa, relatando algum fato, colocando alguma situação sem ter a intenção de provocar outra pessoa. A opinião de cada pessoa é o produto de sua própria mente e realidade, não é necessariamente a prática ou vida do outro.
Esse fenômeno é denominado importância pessoal. É a significância que concedemos a cada uma das coisas que nós ou os outros fazem ou dizem. A importância pessoal nos aprisiona em nosso próprio ego. Muitas vezes, ela se alimenta de sentimentos tóxicos.
Quando algo desencadeia uma reação emocional em você é porque já levou para o lado pessoal. Toda vez que ficar chateado, ofendido e frustrado, é uma questão pessoal.
7 Dicas para Autoproteção
Como se proteger dos efeitos do ambiente, sem levar nada para o lado pessoal? Como se certificar que você não age e reage como o colega de Adriana? Elencamos 7 dicas para você:
- Tenha autocontrole, seja flexível, tenha senso de humor.
- Tenha autoconfiante, saiba separar o que é real do que é imaginário.
- Se o que outra pessoa diz afeta você é porque concorda com ela.
- Dê tempo ao tempo, evite confrontações e impulsividade desnecessárias.
- Foque em outro assunto, canalize a energia em outra situação.
- Não se faça de vítima, o mundo não está contra você.
- Saiba perdoar, quando você pratica o perdão, liberta sua mente do passado, em como as coisas poderiam ser e se foca no presente, em como as coisas podem ser.
As nossas reações podem reforçar defesas e crenças limitantes ou podem nos fortalecer.
Em vez de “é comigo,”, pense “não é comigo, isso não me pertence”. Quando alguém diz algo para você, ainda que seja um insulto, ou qualquer outra coisa, retome sua consciência. Só você pode saber o que é verdade ou não.