Uma das maiores angústias dos empresários e dos profissionais de Recursos Humanos (RH) é investir em programas de treinamento para seus colaboradores, observar melhorias imediatas, porém, logo depois, notarem que são esquecidas quase que completamente.
O profissional sai do treinamento motivado e decidido a melhorar. Sabe que as mudanças são importantes e se dispõe a isso. Mas ao retornar ao trabalho, a rotina diária espera por ele: caixa de entrada de e-mails lotada, WhatsApp, inúmeros telefonemas, reuniões, pressões, demandas urgentes…
E assim, rapidamente, as intenções não passam às ações. Os velhos padrões comportamentais, mentais ou emocionais limitantes e repetitivos assumem o controle novamente, impedindo que ele coloque em prática tudo que aprendeu e voltando a agir da forma que sempre agiu.
Nesse momento os empresários e profissionais de RH se decepcionam e recordam-se das várias vezes que vivenciaram a mesma situação, de verem seus colaboradores voltando dos treinamentos entusiasmados, porém, em curto espaço de tempo, terem suas intenções engavetadas.
E Por Quê Isso Acontece?
Treinamentos eficazes podem provocar mudanças profundas, isso é fato. E apesar do contínuo e alto investimento, o resultado, muitas vezes fica abaixo do esperado.
Porque isso acontece? Porque as mudanças não se concretizam ao longo do tempo?
Existem duas variáveis fundamentais nessa equação:
A primeira delas é que para ter sucesso é necessário “esforço intencional”. As pessoas só aprendem ou se esforçam para aprender realmente aquilo que querem.
A segunda é a “entrega”. As pessoas se dedicam e adquirem habilidades que fazem sentido para elas e só entregam também o que querem.
Então o que pode ser feito para obter melhores resultados com esses investimentos?
Diante das minhas práticas de treinamentos corporativos e executivos, separei três dicas importantes para os profissionais de RH e empresários:
- Sem imposição: nenhum aprendizado deve ser obrigatório, sendo assim, se o colaborador não quiser participar, não adianta forçar. Se após conversarem ele ainda não se mostrar disposto a participar, deixe para um outro momento pois a participação ativa é fundamental, o que nos leva à segunda dica.
- Sensibilização da participação ativa: é importante que ele entenda que a participação tem que ser profunda e não superficial, que é preciso dedicar-se, entregar-se completamente, fazer as atividades propostas e não ficar de corpo presente e mente distante. Isso pode ser feito por meio de acompanhamento do treinamento, o RH pode perguntar sobre o aprendizado como está sendo a experiência, etc.
- Aplicação prática: ao retornar do treinamento, pedir para que ele faça um plano de ação para a prática no trabalho.
Apesar disso reafirmo que é preciso compromisso pessoal e real com a mudança. Somente assim a melhoria pode consolidar-se. Caso contrário, mesmo com altos investimentos, os novos aprendizados perderão efeito ao longo do tempo.